Enquanto eu e a mamys esperávamos a tia Lu pegar a bolsa dela, pra gente ir comprar a tal tevê, o chileno vizinho nosso apareceu e começou a puxar papo.
Ele é bem simpático e talz, e a mulher dele morreu recentemente de câncer, puta assunto chato, eu sei... mas fundamental para o entendimento do causo.
Ele começou a falar:
- Onde você vão todas arrumadinhas?
- Pro shopping - a mamys respondeu.
- Nossa, mas bonitas desse jeito... hm... vão arranjar namorado, é?!
Nós rimos.
- A Lourdes tá saideira, sabe?! Fica saindo toda hora com a gordinha ali da frente...
- É, a Dona Emília... - a mamys tava super conversando com ele e eu lá boiando. - E aí, como tá a vida?
- Ah, ta indo, né?! A gente vai lidando com as coisas.
- É, né... - a mamys, inocente falou: - A vida continua...
- Continua, mas não é o certo... não deveria ser assim.
NOOOSSSA. Depois daquilo, ele saiu e comecei a chorar, soluçando alto. A mamys percebeu porque eu fiquei chocada e ela também ficou emocionada. Tentou me dizer pra não ficar assim, mas ela também ficou bastante chocada com a resposta do chileno.
A tia Lu apareceu e me viu chorando. Ela veio secar minhas lágrimas e perguntar o por que do meu choro. eu solucei tanto e me engasguei muito antes de narrar a cena pra ela. Como o tio Sérgio, marido dela, morreu de câncer também, anos antes da chilena, ela apenas me abraçou, me deu um beijo e entrou no carro.
Disse, depois de tirar o carro da garagem:
- Dói, viu, Dedéia. Dói muito perder alguém, mas a gente aprende a continuar.
Acho que eu chorei por mais uns dez minutos, até chegar no shopping, onde a gente comprou a nossa tevê novinha.
domingo, 20 de setembro de 2009
Digerido por .Déa. às 19:04 1 comentários
Les samedis.
sábado, 19 de setembro de 2009
É... os sábados são dias estranhos. Na verdade, fins de semana pra mim são estranhos. Dias de pasmaceira. Onde as pessoas geralmente desaceleram e ficam mais em casa, com a família.
Hm... nunca fui assim. Depois que encontrei o teatro, os meus dias em geral sempre foram ocupados. Ocupadíssimos. Atividades culturais e eu adorava isso.
Adoro, aliás. Cansa, fato. Mas eu não trocaria por nada. Hm.... depende... acho que trocaria tudo isso por uma viagem a França. Provavelmente treinaria meu francês andando de trem pelo país e tomaria cafés e veria muitos museus e peças incansavelmente.
Aí eu acordei. Porque a minha vida continua. O plano da França vem depois do DRT. fikdik.
Sobre o que eu estava falando antes de divagar sobre meus sonhos franceses? Ah siiim, les samedis, os sábados.
Luke no Twitter comentou sobre os sábados serem dias estranhos. e eu fiquei pensamendo que meus sábados passaram a ser estranhos depois da minha saída do grupo de teatro eteeerno (que eu passei 6 anos da vida frequentando lá aos sábados à tarde). Acho que porque não tenho uma atividade fixa aos sábados para cobrir a minha grade, eu estranho. Sinto um vazio na mente ao pensar nesse dia: sábado à tarde.
Isso não quer dizer que eu voltaria ao famoso grupo. Mas o estranhamento fica.
Digerido por .Déa. às 21:52 1 comentários
Ah, se o cômodo falasse...
sexta-feira, 18 de setembro de 2009
Há tão pouco tempo fomos apresentados, e já ficamos bem íntimos. O cômodo e eu. A tevê, o computador sobre a mesinha, a poltrona, a bateria, as roupas jogadas, a cama fofa, com um colchão encostado à parede (que evita minha cabeça se encontrar com a parede! >_<). Aconchegante, quente, úmido... Um abraço, um toque, um beijo... Uma camiseta jogada, a janela aberta, a casa em silêncio. O medo. As camisetas. O tesão. Os olhos verdes. A ansiedade. As calças. A amizade. A pele corada. A adrenalina. Os cabelos curtos. A tranquilidade.
Digerido por .Déa. às 21:35 0 comentários