Todo mundo tem um amigo de infância (ou teve). Aquele que te fez rir, chorar, que cuidou de você e tudo isso. Eu também tive. O nome dele era léo. era queimadinho de sol, cabelo loirinho, curtinho, era magrelinho e da minha altura (o que nao era muito dos 3 aos 7 anos) e tinha um sorriso branco e facil, além dos olhos doces e preocupados comigo.
Ele vivia em casa, brincava o dia inteiro comigo e com os meus pequenos LEGOS, assistia Cavaleiros do Zodíaco e Sailor Moon, lia meu diário, dormia em casa sempre. Quase meu irmao, ou meu anjinho da guarda.
Um dia, começou a chover e eu estava no quintal brincando com ele. Minha mae lá da cozinha chamou:
- Entra, filhaaa!
Entrei e ela fechou a porta. Eu fiquei desesperada.
- Mãããe, abre a porta que o Léo tá lá fora!
Minha mãe suspirou fundo e abriu a porta. O Léo, é claro, entrou.
Essa reação da minha mãe é compreensível. Léo era meu amigo de infância e eu nao tinha culpa que ele era imaginário.
IIIISSSSO! Léo era meu amigo imaginário. Meus pais têm uma grande simpatia por ele até hoje, depois de um causo, que deixou meu pai de cabelo em pé.
Eu tava doentinha, com febre e meus pais estavam alertas. E toda noite eu ia para o quarto deles, de pantufinha, dormir no meio (um clichê do cinema americano! =D).
Quando eles escutaram o som da minha pantufinha, minha mae levantou para acender a luz e meu pai abriu os braços pra me dar aquele abraço de urso.
- Vem, filha... - meu pai disse e quando minha mae acendeu a luz, os dois ficaram boquiabertos.
Eu nao estava lá, só as minhas pantufinhas.
COMAÇIM?!?!
Minha mae foi no meu quarto e viu que eu estava sem febre. suspirou aliviada e voltou para o quarto.
- É, gordo, deve ter sido o Léo que veio aqui para avisar que a Deda está bem.
Ai, essas amizades de infância...
Amizade de infância
quarta-feira, 7 de abril de 2010
Digerido por .Déa. às 22:03 1 comentários
Já ouvi muito a frase:
- Voce devia escrever um livro.
Um livro sobre a minha vida. PERA, sobre a minha vida? Mas eu nunca tomei um porre histórico (acreditem!), nao pulei de pára-quedas (morro de medo de altura) e nem fui pra disney (sério, eu sonhava em TRABALHAR lá xD)! Bom, mas se for parar pra pensar, a vida idealizada, onde a gente consegue tudo de maneira facil, sem desafios... isso deve ser chato. Até para ler!
(Isso significa que vou demonstrar empenho em tomar um porre HOMERICO!)
Fiquei lembrando o que já passei (e o que eu queria ter passado)... aliás, nao tudo, porque quase duas décadas de existencia nao dá para ser lembrada em uma hora de banho...
Eu passava as férias em Ubatuba quando a tia Suzy chamava. e contaram à mim e à Marcela a historia que a tia Estela odeia ser lembrada. Quando tia Estela era Estelinha, tinha um namoradinho com um pouco de retardo mental.
Na verdade, nao era namorado coisa nenhuma, ela odiava ele. Ele é que a considerava namorada dele.
Toda tarde, ele passava de bicicleta, tocava a buzininha e chamava meio cantado:
"Esteeeeelaaaaa, seu namorado chegou!
Esteeeeelaaaaa, seu namorado tá aqui!
Esteeeeelaaaaa, seu namorado tá indo embora!"
E Estelinha aparecia na janela e dava tchauzinho pra ver se ele se tocava e nunca mais aparecia na porta dela.
Bom, é óóóbvio que eu e Marcela nao perdemos a oportunidade de zoar a tia Estela. Resolvemos encenar a historinha pra ela relembrar os velhos tempos. Por isso, eu era a bicicleta e a Marcela era o namorado meio tonto.
Aparecermos na sala do apartamento, fiz a buzininha e chamamos em coro:
"Esteeeeelaaaaa, seu namorado chegou!
Esteeeeelaaaaa, seu namorado tá aqui!
Esteeeeelaaaaa, seu namorado tá indo embora!"
É uma pena que a tia Estela nao tenha dado tchauzinho pra gente.
Ela tacou todos os chinelos que estavam na sala em mim e na Marcela.
Poxa, que memoria delorida.
Digerido por .Déa. às 21:51 0 comentários